[Resenha] A Fortaleza: Mundo Sombrio

Sinopse:
Após uma guerra nuclear que impossibilitou a vida na superfície terrestre, os sobreviventes se viram obrigados a viver em complexos subterrâneos chamados As Fortalezas. Contudo, essa não era a pior parte; esses complexos se tornaram centros ditatoriais e opressores, nos quais apenas as pessoas mais hábeis e úteis poderiam viver – aqueles com habilidades manuais especificas ou inteligencia avançada -, denominados Escolhidos. Lá, havia fartura de suprimentos, alimento e moradia digna, por assim dizer – mas o trabalho era constante, quase escravo. Aos outros, pessoas comuns, restava apenas “sobreviver” em condições sub-humanas ao redor da Fortaleza, chamados de civis.

Fora essas designações, havia os que se negaram a fazer parte do conceito separatista. Esses se denominam os não-identificados, que se mantem escondidos. A jovem Camile, capitã de um grupos de rebeldes chamado Fantasmas das Sombras, os não-identificados que lutam contra a opressão, numa missão de resgate de três de seus aliados que foram capturados, presos e torturados pelos sentinelas da Fortaleza em uma missão cheia de falhas que visava buscar suprimentos. Lá, além dos três, encontram um outro homem preso e muito ferido, que também acaba sendo resgatado. Seu nome é Adam, e pouca coisa ele consegue lembrar sobre si mesmo e sua vida. Mas uma coisa era obvia: ele já foi o escolhido.

O que eu achei?

A história segue a partir do momento em que se questiona o porque de um Escolhido ter sido mantido prisioneiro e torturado pelos sentinelas. O que ele teria feito de tão grave para ser preso? E ainda, porque o mantiveram vivo, e não o mataram como punição? Essas respostas e a menção de um projeto chamado Gênesis incentivaram Camile e seu grupo, incluindo Adam, a invadirem a Cidade dos Escolhidos e buscarem informações sobre o projeto e suas descobertas.

A história é muito bem escrita e os diálogos são muito bem estruturados, sem excessos nem faltas. A escrita se faz simples, acessível e sem muitos enfeites desnecessários e cansativos. As personagens são bem exploradas, tanto no aspecto emocional, quanto no psicológico, e nos relacionamentos intra e interpessoais. Há suspense e emoção que deixa o leitor ansioso pela próxima linha, pelo próximo capítulo, pela próxima descoberta. É nítido o conceito de girl-power utilizado na história, mas sem que parecesse forçado, pedante, ou até mesmo pretensioso – tudo é orgânico, natural, fluido. A luta dos rebeldes contra o governador Turtzi e seu domínio sangrento deixará de ser o plano principal quando os Fantasmas descobrirem que por entre os corredores que levam a cidade dos Escolhidos escondem muito mais do perigos. Novos aliados, a visita do passado, as descobertas do plano Gênesis e revelações sobre o futuro da superfície pós-guerra nuclear irão dar um novo rumo aos planos de todos, e se descobrirá que as ordens dadas na Fortaleza vão mais além do que se imagina; e até a própria Fortaleza esconde muito mais do que se pode imaginar.

Há também extras interessantes na historia, que te fazem compreender um pouco melhor a história e os acontecimentos anteriores à vida de Camille.

A fé num futuro melhor fora daquele subterrâneo está posta a prova: será que ainda há futuro para o planeta?

Nenhum comentário